O presente artigo, assim como os demais de sua série, trata sobre o Versionamento Tradicional de banco de dados da ESRI. Além deste, recentemente foi lançado outro tipo de versionamento, o Branch Versioning. Este é um tipo de versionamento que possui características e aplicações ligeiramente diferentes do mecanismo tradicional, sendo utilizado principalmente para trabalhar de forma versionada com dados publicados no ArcGIS Portal.
O versionamento tradicional de banco de dados da ESRI é um mecanismo que possibilita a multiedição de feições gravadas num enterprise geodatabase, ou seja, usuários podem editar uma mesma feature class, sendo possível editar até um mesmo registro desta tabela ao mesmo tempo. Através do ArcSDE (Spatial Database Engine da ESRI), é possível combinar todas estas edições realizadas em suas respectivas versões numa Master Public Version, também conhecida como “DEFAULT”, que é a versão onde os dados mais atualizados serão consumidos por aplicações e pela organização.
Sempre que possível, principalmente em se tratando de grandes empresas, que geralmente possuem grandes volumes de dados cartográficos armazenados em seus respectivos bancos de dados, é recomendada a utilização do mecanismo de versionamento para a edição de dados. Dentre os motivos para utilizar-se o versionamento, podemos citar, principalmente, a possibilidade de uma boa gestão do fluxo de edições, o que, consequentemente, implica em maior qualidade e consistência dos dados. Por exemplo, consideremos a versão “DEFAULT” como sendo a Public Master Version.
Esta versão possui uma versão filha, chamada “QUALIDADE”, sendo esta, por sua vez, pai de diversas versões de edição relacionadas aos respectivos usuários que editam o banco. Os usuários de edição realizam suas edições em suas respectivas versões e, ao finalizar, salvam as edições e realizam operações chamadas Reconcile e Post (serão abordadas de forma mais aprofundada no último artigo desta série) para a versão “QUALIDADE”.
Simplificadamente, as edições realizadas nas versões filhas da versão “QUALIDADE”, que é a versão de edição de um usuário, serão combinadas com os dados presentes na versão pai, formando uma “fusão” de dados: os que já existiam no banco na versão “QUALIDADE” e os que vêm editados da versão de edição do usuário. Na versão “QUALIDADE”, um administrador do banco, ou um usuário GIS mais experiente, pode realizar uma checagem e/ou validação das edições postadas pelos usuários do banco antes de realizar as operações de Reconcile e Post para a versão “DEFAULT”.
Outro ponto positivo importante a ser citado acerca do versionamento, reiterando o que foi comentado na introdução, é a possibilidade da serem realizadas multiedições concomitantes numa mesma tabela e até para um mesmo registro, sem que uma edição sobrescreva a outra. Em casos de empresas menores, que geralmente possuem um menor volume de dados cartográficos e, portanto, possuem uma menor demanda de edição de dados, o versionamento do banco de dados torna-se quase que opcional, mas ainda recomendado para uma boa gestão do fluxo de edições.
Nestes casos, ainda que a empresa seja pequena e possua uma equipe de edição mais enxuta, com o versionamento do banco de dados a equipe possivelmente ganharia produtividade com o mecanismo, uma vez que um usuário não precisaria esperar outro finalizar as respectivas edições em determinada feature class para começar suas próprias na mesma tabela. Ainda que a simples utilização de um enterprise geodatabase possibilite a edição de uma mesma tabela e até um mesmo registro ao mesmo tempo por usuários diferentes, a não utilização do versionamento poderia implicar na situação de que a edição de um usuário sobrescreva a de outro editando o dado concomitantemente.
Desta forma, percebe-se que quanto maior for a empresa, maior será o volume de dados armazenados no banco, o que, consequentemente, implica na necessidade de uma maior equipe de edição. Sendo assim, à medida que o volume de dados da base cartográfica cresce e torna-se mais dinâmico, torna-se cada vez mais inviável trabalhar em banco de dados não versionados, pois além de possibilitar uma multiedição efetiva dos dados, proporciona um aumento na qualidade da gestão do fluxo de edição. Além do ArcSDE (Spatial Database Engine da ESRI) possibilitar a multiedição de feature classes no banco de dados, ele ainda proporciona um conjunto de ferramentas para gestão destes dados versionados, permitindo postagem de atualizações de edição de uma versão para a outra, assim como ferramentas para a resolução de conflitos que possam potencialmente ocorrer entre as versões. Este conjunto de mecanismos será explicado mais a fundo nos próximos artigos da série sobre o Versionamento Tradicional ESRI.
Esta série de artigos é composta por três capítulos, que são: “A importância do Versionamento Tradicional ESRI para a edição de dados geográficos”, “A utilização do mecanismo de Versionamento Tradicional ESRI na prática” e “Versionamento Tradicional ESRI: behind the scenes”.
Nestes próximos capítulos desta série, o mecanismo de Versionamento Tradicional ESRI será abordado de forma mais aprofundada, visando-se dar ao leitor uma ampla visão sobre os principais fundamentos relacionados ao tema, assim como um entendimento prático de como utilizá-lo, detalhando os requisitos de licenças, criação de enterprise geodatabase e suas versões, entre outros.
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