Entendendo a arquitetura ArcGIS e seus pilares

ARTIGOGIS

Alaor Bianco - CTO

9/2/20254 min read

Hoje vamos abordar o ArcGIS sob o prisma da tecnologia, direcionado a profissionais que precisam administrar e manter esse ambiente. Afinal, gerir um ecossistema ArcGIS vai muito além de conhecer ferramentas isoladas.

Com uma suíte que ultrapassa 150 produtos, é praticamente impossível dominar cada um em detalhe. Por isso, compreender a arquitetura conceitual e de referência é fundamental para entender como eles funcionam e onde se encaixam no todo. É esse olhar estratégico e técnico que vamos explorar neste artigo.

Para quem trabalha com Azure ou AWS já deve ter ouvido falar em Well-Architected Framework, pois é, a Esri também adotou essa referência e criou seu conjunto de princípios e práticas recomendadas, para projetar e operar seus sistemas de forma segura, confiável, eficiente, econômica e sustentável.

O Well-Architected Framework descreve os 6 pilares de arquitetura (Reliability, Performance and scalability, Security, Integration, Automation, Observability) sobre os quais a plataforma ArcGIS é construída. Fornece um guia de boas práticas e recomendações para garantir estes pilares.

Estes pilares fornecem uma arquitetura essencial para uma aplicação corporativa moderna, atendendo aos altos padrões de TI da atualidade.

Well-Architected Framework

Em cima destes pilares podemos configurar os principais casos de uso, que a Esri chama de System Patterns, e para cada um deles é fornecido um guia explicativo e biblioteca de boas práticas.

Este são os principais casos de uso para a plataforma ArcGIS:

  • Location services system

  • Self-service mapping, analysis, and sharing system

  • Enterprise application hosting and management system

  • Data editing and management system

  • Imagery data management and analytics system

  • Mobile operations and offline data management system

  • Big data analytics system

  • Real-time data streaming and analytics system

A figura abaixo ilustra a arquitetura conceitual da plataforma ArcGIS. Em uma primeira passada de olhos pode ser assustadora, mas vamos dividir em partes e entender cada uma delas:

System Patterns

Fonte: ArcGIS Architecture Center

Vamos começar pela camada Presentation, onde estão os APPs e tudo aquilo que os usuários finais interagem. Temos uma camada comum de SDKs, que estão disponíveis em várias linguagens nas plataformas web, desktop, mobile e imersiva.

Sobre eles são construídas todas as aplicações, sejam elas nativas ou customizadas. Vale um destaque especial para Web Application Builders, que são aplicações low-code/no-code para se configurar aplicações web, mobile, dashboards e storytelling (ArcGIS Instant Apps, ArcGIS Dashboards, ArcGIS StoryMaps, ArcGIS Experience Builder e outros).

A seguir, temos a camada Logic, onde se encontram os Serviços e APIs. De baixo para cima temos os serviços de acesso a dados, serviços de visualização e análises. Acima deles temos um serviço de Portal, que podemos entender como um gerenciador de conteúdos, acessos de usuários e compartilhamento.

Nele os usuários conseguem criar conteúdos (um mapa, uma aplicação, um arquivo de dados etc.), compartilhar ou conceder acesso a outros usuários ou grupos de usuários, além de ser um catálogo de conteúdo com ferramentas de buscas e descoberta. Tudo aqui tem API!

Fonte: ArcGIS Architecture Center

Fonte: ArcGIS Architecture Center

Completando as 3 camadas, temos a camada Persistence ou camada de dados. De baixo para cima, temos Data Store, onde os dados serão efetivamente armazenados.

Note que temos algumas opções, armazenamento em arquivos, em banco de dados reacional, na nuvem, nosql e o que define qual dele será usado é o caso de uso ou System Pattern configurado. Só será configurado aquele que for necessário para aquele caso de uso em questão.

Alguns destes casos de uso requerem ingestão de dados em tempo real, pois bem, temos os Feeds para isso. Logo acima temos o ArcGIS Data Models & Rules, dependendo do Data Store utilizado será criado uma estrutura de dados para armazenar os dados e garantir sua consistência.

O mais comum e mais famosos dos modelos de dados é o Geodatabase, mas falaremos dele em mais detalhes em outro momento. Por fim, temos os modelos de dados de indústria (Industry Data Models), que são modelos de dados específicos para habilitar algum produto ou funcionalidade para uma determinada indústria. Exemplos típicos são Utility Networks, Defense Mapping ou Roads and Highways, que são aplicações especificas e possuem seus modelos de dados específicos.

Data Store

Fonte: ArcGIS Architecture Center

Por fim, suportando todas estas camadas temos os pilares de arquitetura, que na figura principal está representando pela cor cinza. Eles é que vão garantir o selinho Enterprise-grade, seja uma implantação Cloud ou On-Premises.

No próximo artigo, falaremos sobre segregação de ambientes GIS em: teste, homologação e produção, sua importância e como implementar esta estratégia no mundo ArcGIS. Acompanhe!

Conclusão

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