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Exclusão de estradas e ganho de área no planejamento de estradas florestais

Este artigo é uma continuação de um artigo anterior “Aumentando a eficiência no planejamento de estradas florestais”, onde será proposta uma discussão sobre o ganho de área proveniente da exclusão de estradas em cenários de planejamento florestal auxiliados por tecnologia.

Sabemos que a construção e manutenção de estradas florestais estão entre as atividades mais caras na cadeira logística florestal, existindo para cumprir a função tanto de acesso quanto de delimitação as áreas de estoque à beira dos talhões onde a madeira ficará armazenada para secagem e posterior transporte.

Várias destas estradas podem ser temporárias, servindo apenas para facilitar o acesso ao fundo do talhão nas operações silviculturais num ciclo, mas que acabam permanecendo por vários anos sem real necessidade num contexto moderno cheio de avanços da silvicultura e colheita mecanizadas.

Este atrigo propõe uma metodologia de exclusão de estradas desnecessárias baseando-se em indicadores físicos, para que essa tomada de decisão proporcione um ganho de área de maneira consciente, sem prejudicar as operações florestais.

Para isso, será usada a ferramenta OPT de Planejamento de Estradas, capaz de ponderar que estradas são consideradas passíveis de exclusão (redundantes) e calcular o ganho de área.

Determinação de estradas redundantes

Para determinar se uma estrada é redundante e pode ser excluída, a Ferramenta Opt de Planejamento de Estradas considera os seguintes fatores:

  • Priorização de estoque em estradas principais
  • Capacidade de estoque que é realmente utilizada
  • Estradas de acesso

Na figura abaixo, temos uma visão da taxa de utilização do estoque na beira dos talhões, com área azul correspondente às estradas principais de cascalho, e vermelha para as estradas secundárias de terra. Esta capacidade é calculada considerando o volume de madeira no talhão destinado a cada linha de estoque.

Faixa azul indica área de estoque em cascalho, enquanto vermelho indica estoque ao lado da estrada de terra

Uma estrada é considerada redundante caso sua capacidade de estoque esteja desperdiçada em toda a sua extensão, ou seja, toda a madeira que poderia ir para aquele trecho de estrada é possível de estocada em uma outra estrada próxima de prioridade mais alta.

Um exemplo claro disso é observado no Caso 1, onde toda a madeira do talhão pode ser estocada numa estrada principal cascalhada, sem necessidade de utilização do ramal de terra para colheita.

Por outro lado, o Caso 2 mostra uma estrada que tem baixa utilização da sua capacidade de estoque, mas serve de acesso para fundo do talhão onde há estoque sendo utilizado. Nesses casos é necessário avaliar se o volume armazenado no trecho justifica a construção do ramal ou se é possível aumentar a distância de extração da colheita para chegar mais ao fundo do talhão.

Faixa azul indica área de estoque em cascalho, enquanto vermelho indica estoque ao lado da estrada de terra

Cálculo do ganho de área

Uma vez que a estrada é marcada para exclusão, conforme figura abaixo, é possível calcular o ganho de área de plantio que será obtido. 

Estradas de contorno representada pelas linhas pretas são candidatas à exclusão

Para isso, o uso de solo é recalculado, obtendo a área exata estratificada por talhão conforme a figura abaixo.

Para que o cálculo do ganho de área seja realista, é necessário considerar também os aceiros, ou seja, a área destinada ao vazio sanitário entre o talhão e a vegetação nativa. Essa área de terra nua é necessária para impedir o avanço de incêndio e dificultar disseminação de pragas entre nativa e plantio comercial, sendo desconsiderada no ganho de área. 

Conclusão

A exclusão de estradas redundantes e o consequente ganho de área de plantio que isso gera é um dos maiores retornos financeiros da operação de planejamento florestal. Ganha-se tanto no corte dos custos com a manutenção de estradas subutilizadas quanto no aumento da área plantada, que é o maior ativo florestal.

A ferramenta OPT de Planejamento de Estradas pode ajudar na tomada de decisão para garantir que a exclusão de estradas seja feita de maneira precisa maximizando o ganho de área produtiva sem prejudicar a produtividade das operações florestais.

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Escrito por

Gleyson Oliveira

Função: Analista Desenvolvedor
https://www.linkedin.com/in/Gleyson Oliveira/

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