Nos últimos dias fizemos alguns testes com o ArcGIS Enterprise on Kubernetes e gostaríamos de dividir um pouco dessa experiência com todos e aproveitar para discutir alguns pontos de arquitetura corporativa para o GIS.
O GIS vem a cada dia se consolidando como um sistema corporativo e corporativo não significa que é apenas usado por muitas pessoas da área de GIS/GEO, significa que ele é o coração para muitos fluxos de trabalho que envolvem a empresa toda. Há setores que a operação da empresa é realizada usando um sistema geográfico. Em alguns as equipes de campo realizam atividades críticas e para isso utilizam aplicações geográficas. E, em outros setores, para apurar os resultados da empresa é preciso uma série de processamentos e análises espaciais. Assim, o GIS está presente no planejamento, no abastecimento, na operação, na logística, na mobilidade, na gestão de ativos, na pesquisa, na prospecção. O que o torna um sistema corporativo e na grande maioria dos casos ele é crítico para o negócio.
Quando falamos sistemas corporativos com esse grau de importância, o negócio pode requerer características como a alta disponibilidade para garantir que ele não pare, não falhe, não tenha degradação de desempenho e que nada disso cause impactos no negócio. A tecnologia precisa garantir segurança, disponibilidade e escalabilidade, além da capacidade de antecipar o futuro. Tudo isso equilibrado com a realidade e orçamento. Equação complexa, concorda?
Aqui eu abro um parêntese para comentar algo que pode parecer não ter relação, mas há. Para os usuários de ArcGIS um tópico muito discutido nos últimos meses foi o fim do suporte ao ArcMap (e família) e a migração para o ArcGIS Pro. Não estamos falando apenas da substituição de uma ferramenta por outra, estamos falando de uma nova era para o universo GIS, uma era em que o 3D e o suporte de inteligência artificial serão cotidianos e a tecnologia precisa antecipar esse futuro (que nem é tão futuro assim, porque já é realidade para alguns),. Precisa ser capaz de comportar essas evoluções e outras que ainda estão por vir. A título de exemplo, se olharmos a ferramenta “Cost Distance” no ArcGIS Pro, veremos que ela está marcada como deprecated e será removida em versão futura, a substituta dela é uma versão nova, otimizada para 3D (calma, ainda vai poder fazer análises 2D! 😉). A tecnologia está se preparando para proporcionar um salto, as empresas e os profissionais também precisam se preparar!
Fechando o parêntese, é neste ponto que o Kubernetes nos ajuda.. Kubernetes é um sistema de gerenciamento de infraestrutura que pode ser configurado e utilizado para criar redundância nos serviços web, garantindo disponibilidade e escalabilidade. Com ele é possível criar um cluster de servidores, adicionando ou removendo servidores sob demanda, ou seja, aumentando o número de servidores quando for necessário e houver demanda por processamento e diminuindo o número de servidores quando não for mais necessário. Esta elasticidade pode, inclusive, ser configurada para ser realizada automaticamente. Um ponto importante aqui é o licenciamento do ArcGIS on Kubernetes. Com uma licença é possível utilizar um cluster de até 64 vCPUs (as licenças são em blocos de 64 vCPUs).
Em nossos testes, aqui na OPT, criamos um cluster na Azure com 3 nós (3 servidores), o que já garante redundância, balanceamento de carga e disponibilidade; e configuramos para escalar novos nós à medida que for necessário. Na maior parte do tempo é assim que o sistema vai operar, mas se por exemplo você tiver um pico de demanda num dia específico ele irá escalar para atender. Vamos supor um exemplo com fluxo de mobilidade, onde no início da semana tem um pico de consumo para baixar os mapas de campo e no final da semana tem outro pico de uso para sincronizar os dados coletados e, somente nestes horários, seria necessário servidores adicionais para garantir o atendimento da demanda. Outro exemplo, poderia ser processamentos periódicos ou ocasionais em que apenas naquele momento seria necessário servidores adicionais, como os processamento de fechamento mensal, consolidação dos relatórios de sustentabilidade, geração dos relatórios de relações com os investidores e afins. Outro exemplo seria processamentos para criação de cache, basemaps, processamentos de raster, processamento de imagens de drones ou processamentos com deep learning. Você terá um cenário base, que será a média do seu dia a dia, mas poderá contar com recursos extras para atender a sua demanda e, se por acaso, seu cenário base aumentar, porque você incluiu novas áreas no GIS, incorporou uma nova empresa ou aumentou o número de usuários, este cenário base pode ser reestabelecido e escalado facilmente dentro do limite do licenciamento. E pode parecer mágica, mas essa escalabilidade para atender a demanda pode ser automática.
Ficamos animados com nossos testes e resultados, o modelo de licenciamento flexibilizou bastante a adoção e escalabilidade e cremos que muitos clientes podem se beneficiar disso. Parece uma alternativa bem viável para resolver questões urgentes de agora, como redundância a alta disponibilidade, mas também um grande habilitador de futuro e dessa transição para o futuro.
É para todo mundo? Talvez não, mas grandes empresas em que o GIS é corporativo, que a disponibilidade do GIS seja crítica, vale uma discussão.
É muito caro? Não sei, quanto custa uma hora parada da sua operação, quanto custa fazer centenas de usuários esperarem para obter informações, quanto custa não ter a resposta necessária em tempo hábil para tomar decisões ou planejar as ações.
A resposta é sempre a mesma, tudo depende… Se você achar que esse caminho é para você, conta com a gente para te apoiar!
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